Al Berto morreu a 13 de Junho de 1997, em Lisboa. Poucas semanas depois, a já extinta revista "Imenso Sul" publicava o texto que segue, da autoria do realizador de cinema José Luís Jones:
"Muito se escreveu sobre o Alberto desde a sua morte. Conhecidos que não o conheceram, jornalistas que não o entrevistaram. Ele não deixará escapar mais a gargalhada viperina com que iria presentear alguns dos que sobre ele verteram lágrimas de crocodilo. A nossa ligação ao Alberto existiu muito antes do próprio início desta revista, porque algumas pessoas que aqui trabalham conheciam o Alberto desde o seu regresso da Bélgica. Publicámos uma conversa com ele na segunda edição da revista, na Primavera de 1995. Não o entrevistámos por ele ser alentejano. O Alberto detestava e recusava [terminantemente] esse rótulo, apesar de ter sido criado em Sines. Al Berto é um poeta do mundo e um dos maiores do nosso tempo. Amava a vida e vivia-a com toda a intensidade.
"Horto de Incêndio" não seria de certeza o seu último livro porque o Alberto tinha ainda muito mais para dizer. Um dia afirmou que não guardaria nenhum poema na gaveta, que não deixaria inéditos. "O Medo", uma antologia da sua obra, fica para assombrar os nossos espíritos com os fantasmas que ao longo da vida ele foi soltando. Verso após verso, até desaparecer no vento." José Luís Jones, revista "Imenso Sul", nº 11, Verão de 1997
A foto acima, de Al Berto, foi publicada em 1988 no livro "Depósito Legal nº 23571/88" (ed. Frenesi), de que são autores Al Berto, Paulo da Costa Domingos, Pedro S. Costa, Carlos Ferreiro, Helder Moura Pereira, Fala Mariam e Rui Baião. A ficha técnica informa que foram feitos apenas 400 exemplares. Está hoje esgotadíssimo, como se comprova aqui.