quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Caridade

O acordo entre a Associação Portuguesa de Anunciantes e o Ministério da Educação, para o ensino de publicidade no 1º e 2º ciclos da escola (a partir do fim deste mês), é mais uma daquelas típicas manhas da era Sócrates. Veste-se de uma certa forma, mas por baixo é outra coisa.
Chamam-lhe programa Media Smart. Dizem (diz o Ministério,
aqui) que é um programa honesto, não obrigatório e extra-curricular. Dizem que serve apenas para "desenvolver competências nas crianças para a correcta interpretação das mensagens" publicitárias.
Mas como explicar isto: é patrocinado pelas marcas Adágio, BES, Danone, EDP, Kellog’s, Lactogal, Modelo & Continente, Nestlé, Procter & Gamble e Unilever/Jerónimo Martins.

Ninguém duvida da utilidade e urgência de explicar a publicidade (a linguagem mediática, em geral) às crianças. Mas não se pode arranjar professores e não marcas para o fazer?
Se o Media Smart não tem como objectivo último fazer propaganda daquelas marcas nas escolas, porque é que elas patrocinam o programa? Por caridade?