segunda-feira, 28 de abril de 2008

Santana queimado vivo

Cunha Vaz revela hoje numa muito cagona entrevista ao "Público" que isto afinal era mesmo mentira.

O Santana Lopes não quer trabalhar consigo, depois do que aconteceu no Parlamento...
Vou dizer-lhe o que aconteceu no Parlamento. Fui lá ter uma reunião, com seis pessoas, e o Ribau Esteves disse: "Estes são os serviços que a CVA presta ao partido. Quais é que o grupo parlamentar quer?" E eu perguntei: "Esta reunião é privada? É só entre nós?" Responderam: "É, sim senhor." Então eu apontei duas ou três coisas que me pareciam estar erradas na comunicação.

Quem estava na reunião?
Pedro Santana Lopes, a chefe de gabinete dele, um assessor de imprensa do Parlamento, Zeca Mendonça, Ribau Esteves, eu e um colaborador meu. Ainda não tinha descido as escadas para entrar no meu carro, já estavam três jornalistas a telefonar-me e a contar-me tudo o que se passou na reunião. No dia seguinte, o Correio da Manhã dizia: "Cunha Vaz vai ao Parlamento ensinar deputados a falar." O Santana Lopes viu aquilo e pensou: é preciso desmentir. Quando lhe perguntaram, respondeu, com o seu ar bonacheirão: "Out of the question. Nenhuma agência de comunicação vai mandar nos deputados." Eu faria o mesmo. Mas, como somos amigos, tivemos, a seguir, uma conversa. Perguntei-lhe: "Pedro, porquê esta reacção?" Ele respondeu: "António, lê as notícias."

Mas disse ou não que ia ensinar os deputados a falar?
Era uma reunião fechada, secreta. Mas alguém saiu dali e foi contar tudo aos jornalistas. A coisa espalhou-se e os deputados do dr. Mendes, que não gostam de mim nem com molho de tomate, alguns com toda a razão, porque eu lhes disse que eram tão incompetentes que não teriam emprego na CVA, começaram a inventar que eu tinha dito isto e aquilo.

Sabe quem foi o delator?
Claro que sei. Mas como eu não quero apenas parecer sério, sou mesmo sério, não posso dizer. Porque, no dia em que eu violar o sigilo com um cliente, perco a confiança dos clientes todos. Mas posso dizer que se trata de um indivíduo que serve a vários senhores ao mesmo tempo. E não se pode amar a vários senhores ao mesmo tempo.

A propósito, vale a pena ler isto.