quarta-feira, 18 de junho de 2008

O que é que o Chiado tem?

Na "Time Out Lisboa" de 18 de Junho; excerto:

Já reparou que no Chiado há pessoas e maneiras que não se vêem em parte nenhuma da cidade? Sente-se nas esplanadas da Brasileira e da Bénard e em três tempos saberá do que falamos. É uma espécie de “parada” gay diária – mas sem palavras de ordem.

A zona onde há cem anos se passeavam artistas e aristocratas abre agora alas a todo o género de gays, nada preocupados, como é hábito, em disfarçar sinais da sua orientação sexual. Não se importam de andar aos beijos ou de dar as mãos. Apostamos que nunca viu tal coisa em Alfama ou em Benfica.

Para que este artigo não pareça uma fraude, é melhor confessar já que não temos resposta para a pergunta que serve de título. E não foi por falta de perguntar. A olisipógrafa Marina Tavares Dias ajuda-nos a sustentar a falta: “Ninguém sabe porque é que três ruas estreitas e inclinadas são o passeio das elites lisboetas há tantos anos”. Refere-se à Rua do Carmo, Rua Nova do Almada e Rua Garrett. “Já li vários estudos de distintos olisipógrafos, todos fazem essa pergunta, mas não chegam a nenhuma conclusão.”

Embora confesse “não ligar nenhuma às minorias ou maiorias” que andam pelo Chiado, Marina Tavares Dias admite que esta zona “continua a ter uma frequência mais caprichada, de pessoas mais interessantes”. E concretiza: “Sempre foi um espaço chique, tão chique que no século XIX havia quem nem se atravesse a passar por lá. Hoje, como a sociedade, em geral, está nivelada por baixo, as elites culturais desapareceram, mas as pessoas que têm um procedimento diferente do da maioria continuam a sentir-se bem no Chiado.” Bruno Horta

Artigo completo aqui.