Vista da redacção do New York Times, edifício de Renzo Piano |
Estive a ver o documentário "Page One: Inside The New York Times", de Andrew Rossi, estreado no ano passado em Sundance.
Para quem, como eu, queria ver o melhor jornal do mundo em funcionamento, o filme é uma desilusão. Fala mais de abstracções (ética, relações laborais, futuro dos jornais impressos) do que do quotidiano da redacção. O título é manifestamente desadequado.
Facto estranho, aliás, é o de o realizador se centrar em meia dúzia de jornalistas do NYT e de os mostrar, mesmo perto da hora de fecho do jornal, numa redacção desabitada e mortiça. Onde estão os outros? Nada é explicado a quem vê.
Em contrapartida, pude verificar que algumas rotinas profissionais utilizadas pelos jornalistas do NYT são exactamente as mesmas dos jornalistas portugueses: reuniões em pé, recolha de depoimentos por telefone que são redigidos em tempo-real no computador, crítica conjunta aos ângulos escolhidos para abordar notícias, etc.
Comparação provinciana, a minha? É possível. Mas leva-me a uma conclusão: certo de que não há propriamente seguidores da cultura interna do NYT em Portugal, penso que são as contingências da profissão que enformam os seus profissionais e não o contrário. Estejamos em Nova Iorque ou em Lisboa.