Não é hoje o símbolo gay que a sua personalidade teria permitido que fosse, mas pertence-lhe a coragem de ter sido um dos poucos homossexuais portugueses que se assumiram publicamente antes do 25 de Abril. José Carlos Ary dos Santos, poeta e declamador compulsivo, homem da noite de Lisboa, desregrado e escandaloso, morreu a 18 de Janeiro de 1984 – faz [hoje] 25 anos.
Viveu na contradição de todos saberem da sua orientação sexual, mas de ele próprio não se aceitar. (...)
Em parte, terá sido a militância no Partido Comunista Português (PCP), ao qual aderiu em 1969, a condicioná-lo. A homossexualidade “provocava indisfarçável embaraço no aparelho partidário”, lê-se na nota biográfica sobre Ary incluída no Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, de Ilídio Rocha (1999). Uma visão desmentida por Ruben de Carvalho, dirigente do PCP e amigo do poeta. “Isso é um dislate, ele é das pessoas que mais afectos sempre despertaram junto dos militantes comunistas”, assegura à Time Out. “A única coisa que se pode dizer é que ele não tinha em relação à sua homossexualidade um exibicionismo que outros, no seu pleno direito, poderão ter”, conclui.
[na Time Ou Lisboa de 14 de Janeiro; artigo completo aqui]
A propósito: no "Jornal de Negócios", Baptista- Bastos recordava esta semana Ary dos Santos; aqui.
Viveu na contradição de todos saberem da sua orientação sexual, mas de ele próprio não se aceitar. (...)
Em parte, terá sido a militância no Partido Comunista Português (PCP), ao qual aderiu em 1969, a condicioná-lo. A homossexualidade “provocava indisfarçável embaraço no aparelho partidário”, lê-se na nota biográfica sobre Ary incluída no Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, de Ilídio Rocha (1999). Uma visão desmentida por Ruben de Carvalho, dirigente do PCP e amigo do poeta. “Isso é um dislate, ele é das pessoas que mais afectos sempre despertaram junto dos militantes comunistas”, assegura à Time Out. “A única coisa que se pode dizer é que ele não tinha em relação à sua homossexualidade um exibicionismo que outros, no seu pleno direito, poderão ter”, conclui.
[na Time Ou Lisboa de 14 de Janeiro; artigo completo aqui]
A propósito: no "Jornal de Negócios", Baptista- Bastos recordava esta semana Ary dos Santos; aqui.