segunda-feira, 25 de dezembro de 2006

Poetas

NOVAS BABILÓNIAS

Neste tempo de sucessos

de quedas e ascensões
para o topo dos topos
para o gelo dos copos
para a vala das gerações
novos Bogarts em velhas gabardines
novas Madonnas em velhas Marilyns
crestam lendas nos magazines
ao ritmo das ilusões

Novas Babilónias erguem-se do pó

E lê-se tudo em diagonal
e tudo chega a horas a Portugal
o comboio está agarrado
por fim o tempo está mesmo ao lado
já chegou o Desejado
e o sonho está normalizado
na suave proporção
de um x elevado a um cifrão

Novas Babilónias erguem-se do pó

Tudo é novo e velho num vaivém de espuma
tudo se refunde no brilho da bruma
e vós combatentes de guerras idas
contentes lambendo as mãos do rei Midas
Joanas, Joões de arcas perdidas
saltadores de fogueiras já ardidas
cinzas de cinzas de cinzas
bem-vindos ao Império das coisas parecidas

Novas Babilónias erguem-se do pó

Carlos Tê