Eles gostam de misturar tudo, que é para terem sempre razão. Só que é preciso não misturar tudo e reconhecer-lhes apenas razão parcial.
A notícia do Diário de Notícias de hoje diz que "este ano foram apreendidos em Portugal cerca de 40 mil livros pirateados", o que "representa, para as editoras, um prejuízo superior a 50 milhões de euros por ano, só na área do ensaio ou do chamado livro técnico ou científico".
Tal como no negócio do disco e do vídeo, o problema nunca é posto assim: os escritores, músicos ou realizadores (e tradutores e revisores e produtores e actores e designers e etc.) perdem dinheiro com a cópia ilegal. O problema é posto assim: as editoras, coitadinhas, perdem muito dinheiro por causa de uma horda de piratas.
Se esta segunda forma de por as coisas revela que as editoras pouco se importam com os criadores (ainda alegam, de vez em quando, que, se morrerem, os criadores morrem com elas, mas toda a gente sabe que isso não é verdade: há uma coisa chamada Internet, que dispensa intermediários na publicação do que quer que seja, e aí é que bate o ponto), revela, também, que as editoras gostam de se esquecer dos preços vergonhosos que as pessoas têm de pagar.
Por princípio, eu compraria um livro de que gostasse, mesmo que fosse caro, mas, evidentemente, fotocopiaria um livro que fosse obrigado a ler (na universidade, por exemplo), se o original fosse caro.
A única coisa condenável é haver gente a copiar obras originais para as revender, no mercado negro. O resto é conversa.
A notícia do Diário de Notícias de hoje diz que "este ano foram apreendidos em Portugal cerca de 40 mil livros pirateados", o que "representa, para as editoras, um prejuízo superior a 50 milhões de euros por ano, só na área do ensaio ou do chamado livro técnico ou científico".
Tal como no negócio do disco e do vídeo, o problema nunca é posto assim: os escritores, músicos ou realizadores (e tradutores e revisores e produtores e actores e designers e etc.) perdem dinheiro com a cópia ilegal. O problema é posto assim: as editoras, coitadinhas, perdem muito dinheiro por causa de uma horda de piratas.
Se esta segunda forma de por as coisas revela que as editoras pouco se importam com os criadores (ainda alegam, de vez em quando, que, se morrerem, os criadores morrem com elas, mas toda a gente sabe que isso não é verdade: há uma coisa chamada Internet, que dispensa intermediários na publicação do que quer que seja, e aí é que bate o ponto), revela, também, que as editoras gostam de se esquecer dos preços vergonhosos que as pessoas têm de pagar.
Por princípio, eu compraria um livro de que gostasse, mesmo que fosse caro, mas, evidentemente, fotocopiaria um livro que fosse obrigado a ler (na universidade, por exemplo), se o original fosse caro.
A única coisa condenável é haver gente a copiar obras originais para as revender, no mercado negro. O resto é conversa.