Qualquer coisa não bate certo, nisto. O diário gratuito Oje publicou esta quinta-feira um artigo sobre turismo rural na Casa da Seiceira, na herdade do Brejão (São Teotónio, costa alentejana). Assinado por Paula Oliveira Silva, o artigo tem por título "Ecos de Amália" e dá a entender que essa Casa da Seiceira é a mesma que serviu de casa de férias a Amália Rodrigues.
"No tempo dos avós do actual proprietário, eram 70 e poucos hectares, mas 40 foram para a tia Francisca e cerca de 11 para Amália", lê-se. Seguem-se várias linhas sobre as estadas de Amália naquela zona. "A passagem da cantora por este local valeu-lhe o nome de uma praia, vizinha da do Carvalhal e do Porto de Pesca da Azenha do Mar."
Se se comparar o conteúdo do artigo do "Oje" com a notícia "Dói ver o estado em que está a casa de Amália, no Brejão", que Carlos Dias assinou no "Público" a 30 de Julho do ano passado, descobrem-se duas contradições.
Primeira: a casa de férias que pertenceu a Amália está ao abandono e é propriedade da Fundação Amália Rodrigues. Logo, não pode estar a servir para fazer turismo rural. Segunda: é à praia do Carvalhal que se costuma chamar "praia da Amália", não existindo, portanto, uma outra praia ao lado dessa a que tenha sido dado o nome da fadista.
Aceitam-se outras explicações.