No "Público", hoje:
As agências de modelos L'Agence, Central, Just e Loft acusam a Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE), principal responsável pela organização do Portugal Fashion (PF), de "má gestão de dinheiros públicos" e de "pressões inaceitáveis" quanto à presença das agências nas próximas edições do evento.
Numa atitude inédita na moda portuguesa, as quatro agências recusaram-se na semana passada a fornecer manequins ao PF, por não terem recebido o dinheiro relativo à participação na edição anterior. Na ocasião, Armindo Monteiro, presidente da ANJE, confirmou ao PÚBLICO a existência da dívida, mas classificou como "chantagem" a posição daquelas agências, remetendo a responsabilidade para o Governo. "O Portugal Fashion dependia do apoio do ICEP, entretanto extinto, e de dinheiro do QREN [novo quadro comunitário de apoio], que ainda não chegou porque o Governo deu ordem ao sector público para não fazer mais pagamentos até ao fim do ano".
Em conferência de imprensa, ontem, em Lisboa, Elsa Gervásio (Just), Hélio Bernardino (Loft), Miguel Blanc (L"Agence) e Tó Romano (Central) revelaram o valor total da dívida: cerca de 77 mil euros. E garantiram que a ANJE lhes deu a entender que por não participarem neste PF ficam impedidas de o fazer no futuro. "É uma posição inaceitável de uma associação que vive de dinheiros públicos", afirmou Miguel Blanc. O director da L'Agence admite a hipótese de a ANJE não dispor de dinheiro suficiente, mas diz que isso "só se pode ficar a dever a má gestão". "Mesmo que não tivessem dinheiro", defende Tó Romano, "tinham de ter arranjado soluções alternativas". Como exemplo, referiu que há cinco anos a Associação Moda Lisboa também se confrontou com falta de fundos, mas recorreu a um empréstimo bancário para pagar aos fornecedores.
Em termos contratuais, asseguraram estes responsáveis, o PF deveria fazer pagamentos a 30 dias. "Nunca foram efectuados a menos de seis meses sobre a data do trabalho", pelo que as agências "praticaram até ao presente a regra de não haver modelos no evento sem previamente ter sido paga a edição anterior".
O PF, que decorreu no último fim-de-semana em Gaia, contou apenas com modelos das agências Best, DXL, Face e Elite. Até agora, cerca de 70 por cento dos manequins utilizados no PF tinham sido fornecidos pelas quatro agências que ficaram de fora, garantem os seus directores. A ANJE disse que "não tem nada a acrescentar". Bruno Horta
As agências de modelos L'Agence, Central, Just e Loft acusam a Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE), principal responsável pela organização do Portugal Fashion (PF), de "má gestão de dinheiros públicos" e de "pressões inaceitáveis" quanto à presença das agências nas próximas edições do evento.
Numa atitude inédita na moda portuguesa, as quatro agências recusaram-se na semana passada a fornecer manequins ao PF, por não terem recebido o dinheiro relativo à participação na edição anterior. Na ocasião, Armindo Monteiro, presidente da ANJE, confirmou ao PÚBLICO a existência da dívida, mas classificou como "chantagem" a posição daquelas agências, remetendo a responsabilidade para o Governo. "O Portugal Fashion dependia do apoio do ICEP, entretanto extinto, e de dinheiro do QREN [novo quadro comunitário de apoio], que ainda não chegou porque o Governo deu ordem ao sector público para não fazer mais pagamentos até ao fim do ano".
Em conferência de imprensa, ontem, em Lisboa, Elsa Gervásio (Just), Hélio Bernardino (Loft), Miguel Blanc (L"Agence) e Tó Romano (Central) revelaram o valor total da dívida: cerca de 77 mil euros. E garantiram que a ANJE lhes deu a entender que por não participarem neste PF ficam impedidas de o fazer no futuro. "É uma posição inaceitável de uma associação que vive de dinheiros públicos", afirmou Miguel Blanc. O director da L'Agence admite a hipótese de a ANJE não dispor de dinheiro suficiente, mas diz que isso "só se pode ficar a dever a má gestão". "Mesmo que não tivessem dinheiro", defende Tó Romano, "tinham de ter arranjado soluções alternativas". Como exemplo, referiu que há cinco anos a Associação Moda Lisboa também se confrontou com falta de fundos, mas recorreu a um empréstimo bancário para pagar aos fornecedores.
Em termos contratuais, asseguraram estes responsáveis, o PF deveria fazer pagamentos a 30 dias. "Nunca foram efectuados a menos de seis meses sobre a data do trabalho", pelo que as agências "praticaram até ao presente a regra de não haver modelos no evento sem previamente ter sido paga a edição anterior".
O PF, que decorreu no último fim-de-semana em Gaia, contou apenas com modelos das agências Best, DXL, Face e Elite. Até agora, cerca de 70 por cento dos manequins utilizados no PF tinham sido fornecidos pelas quatro agências que ficaram de fora, garantem os seus directores. A ANJE disse que "não tem nada a acrescentar". Bruno Horta