quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Ele era maricas, não era?

A abóbada celeste, por cima do telhado
É tão azul, tão calma!
Uma árvore, por cima do telhado
Embala uma palma.

"Lembrei-me deste início de poema de Paul Verlaine, escrito quando se encontrava preso na Bélgica. Recitei-o um dia. Os reclusos ouviram e depois, decorrido um momento de silêncio que imaginei repleto de emoção, um deles perguntou: 'Ele era maricas, não era?'"

Philippe Claudel, O Barulho das Chaves, ASA, 2008