As redes sociais da Internet, ou nós que por lá andamos, banalizámos a palavra escrita. Ninguém resiste a dois ou três dichotes e mais um "gosto disto". Conversas de corredor no ecrã do computador. Umas coisas ocas, sem importância nenhuma. O rating da palavra escrita no nível subterrâneo.
E no entanto... Quando um "assessor de imprensa" quer dizer uma coisa incómoda a um jornalista, não escreve um email. Telefona. A palavra dita não se constitui como prova, não tem corpo, não é séria. Passa pelos pingos da chuva e não se molha. É por isso que dizemos "diz-que-disse", para desvalorizar o que se diz. Mas jamais nos lembrámos de "escreve-que-escreveu". Porque nunca deixámos de fazer fé no que está escrito.
Isso no tempo do "diz-que-disse". Quando não havia redes sociais na Internet. Nem "assessores". Quando dez páginas de palavra escrita e suada também não eram pagas ao preço da chuva. E o jornalismo, coitado, ainda não era uma rede social na Internet.