José Sócrates: Já cá faltava essa pergunta. Quero deixar isto claro: não temos uma agenda de casos fracturantes. Nem estamos obcecados por casos fracturantes. Esta matéria do aborto clandestino era um problema social muito sério, e a IVG constava, aliás, dos programas de vários partidos há muitos anos. Não está na nossa agenda dedicarmo-nos agora, com base neste êxito, a casos fracturantes só pela paixão da fractura. Neste capítulo, um dos pontos que também foi favorável ao «sim», foi termos explicado com clareza que não estávamos a fazer nenhum experimentalismo social. O que acho que os portugueses queriam neste referendo era virar uma página e acabar de vez com esta polémica.
Entrevista de Cândida Pinto, João Garcia e Nuno Saraiva, Expresso 17/02/2007