Na "Pública" de 5 de Agosto. Excerto:
Em Portugal há línguas que só alguns dominam. E das quais não há dicionários ou gramáticas. Agora que decorre em Shangai o 18º Congresso Mundial da Federação Internacional de Tradutores, de
Um escritor estrangeiro ganha o Prémio Nobel da Literatura em 1955 e passados 42 anos é publicado, pela primeira vez,
A islandesa Gudlaug Rún Margeirsdóttir, autora da tradução de “Gente Independente” (revista por Jorge David e Maria João Branco) explica o atraso com três argumentos. O islandês é uma língua muito difícil. A Islândia, país com cerca de 290 mil habitantes, continua a ser pouco conhecido da maior parte dos portugueses. E Laxness era um “rebelde da literatura”: a ficção deste antigo monge beneditino, convertido ao socialismo soviético, com o qual haveria de se desiludir, fala da pobreza dos camponeses e outras desgraças das classes baixas, pelo que “nunca poderia ter sido traduzido em Portugal durante o Estado Novo”, justifica.