

Byron e Presley eram ambos famosos pela sua robustez atlética e, contudo, tanto um como o outro sofriam de achaques crónicos que de algum modo nunca chegaram a empanar o brilho das suas feições ou da sua vigorosa beleza. Ambos lutaram constantemente contra a tendência para engordar. Presley perdeu a batalha já no final da vida. Ambos morreram prematuramente, Byron aos trinta e seis, Presley aos quarenta e dois. A autópsia de Byron revelou um coração dilatado e uma degeneração do fígado e da vesícula biliar, inflamação cerebral e obliteração das suturas cranianas. Presley tinha também o coração dilatado e sofria de uma degeneração do fígado e do cólon. Em ambos os casos, uma tremenda energia física juntava-se, estranhamente, a uma desordem dos órgãos internos, como uma revolta do organismo. As drogas que Presley tomava foram um sintoma, não uma causa. De um ponto de vista psico-genético, Byron e Presley praticaram a feminina arte da autodebilitação."

Camille Paglia
tradução de José Miguel Silva; edição Relógio d'Água, 2007