quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

O rapaz que nasceu para ser bailarino

No "Público", hoje; excerto:

Esta é a história de Roger van der Poel, bailarino [luso-holandês] que começou tarde, mas se adaptou depressa. Nos últimos cinco anos passou por importantes companhias de dança europeias. Em Outubro recebeu um prémio de incentivo de uma associação de dança da Holanda, onde trabalha.
É uma confissão, que é um desabafo, que é o resumo possível do que ele sente: "Nunca pensei chegar a um nível destes e ser reconhecido. Nunca pensei sequer entrar no NDT e agora cá estou." É o bailarino luso-holandês Roger van der Poel, de 24 anos, quem fala assim. Trabalha há quase dois anos numa das mais importantes companhias de dança da Europa, o Nederlands Dans Theater (NDT), em Haia, Holanda. O reconhecimento a que se refere é o do Prémio Incentivo 2007, que lhe foi atribuído em Outubro pela associação holandesa Danserfonds "79 (o número remete para o ano da fundação).
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A opinião do júri não podia ser mais favorável. Roger consegue, "aparentemente sem esforço, lidar com as exigências técnicas e físicas do reportório". E tem "virtuosidade técnica, presença em palco e talento", justificou o júri.

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Foi o corolário de uma carreira ainda breve, de uma ascensão meteórica, rara, que começou em Portugal. Filho de mãe holandesa e pai português, nasceu em Portimão em 1983. Tem dupla nacionalidade (condição que foi, aliás, fundamental para a atribuição do Prémio Incentivo, raramente recebido por cidadãos não holandeses).
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Sobre os efeitos profissionais do prémio agora conquistado, o bailarino não é claro. Acredita que é uma mais-valia, mas não tem a certeza sobre se é o suficiente para ser promovido. (...) Apesar de achar que tem tido sorte, Roger van der Poel sabe que não é só isso que o tem ajudado. "É também uma questão de talento, de muita vontade e de muito trabalho. Nunca tomo por garantido que sou bom. Tenho trabalhado muito." Bruno Horta / foto: NDT