quinta-feira, 13 de março de 2008

O monstro chegou

As lojas começam a vender esta sexta-feira os primeiros dicionários da nova língua portuguesa: dois dicionários da Texto Editora onde as regras são as do Acordo Ortográfico que o Governo português assinou em 1991 e que até hoje não foram adoptadas. É um triste dia.
"Óptimo" deverá passar a "ótimo"; "acção" a "ação"; "humidade" a "umidade"; e "antónimo" a "antônimo". Mais grave, ainda: "hei-de" ou "hás-de" passa a "heide" e a "hásde", respectivamente. Deve estar tudo doido.
Porque é que têm de ser os portugueses (e os cidadãos dos outros países da CPLP) a adoptar o português do Brasil e não os brasileiros o português dos outros? São interesses, ascendentes, poderios.
Uma língua são os falantes que a fazem. Não são os decretos. A confusão que o novo Acordo traz
é inadmissível. Esperemos que a maioria das pessoas ignore esta monstruosidade e que ela não chegue sequer a ser ensinada nas escolas, como pretende o Governo actual.
Para mal dos nossos pecados, até esta desgraça tem a mão desse distintíssimo português que é Pedro Santana Lopes (aqui).

- petição contra o novo Acordo aqui
- notícia sobre novos dicionários aqui