
O sexo entre iguais é frequente, a confusão na cabeça destes adolescentes e a violência entre eles também. E, tal como nos filmes de Larry Clark, a família é o último sítio onde podem encontrar alguém sério.
A linguagem é a mesma que Dennis Cooper costuma usar nos seus livros. Tão explícita e gratuita quanto isto: “Tiro a minha Pepsi e seguro-a no meio das pernas. Mas está gelada e demasiado perto dos meus colhões, por isso tenho de ajeitá-la”; “A mãe costumava vendê-lo a paneleiros e eles batiam-lhe e faziam paneleirices sádicas com ele”; “Quero bater-lhe com tanta força, que ele vai morrer. Não aguento querer que ele me ame daquela maneira e quero que ele se mate de vez”.
Cooper, 55 anos, nasceu na Califórnia e tem vivido em Amesterdão e Paris. Começou a escrever em 1976. Além de ficção, assina poesia e ensaio (incluindo sobre Nan Goldin, fotógrafa de personagens marginais).
No ano passado, a editora de Fio Solto, a Bico de Pena, já tinha publicado Purosexo.com ("The Sluts"), a primeira tradução portuguesa de um livro de Cooper. A Bico de Pena faz parte do gigantesco grupo de comunicação Bertelsmann e é a única editora em Portugal que se dedica sistematicamente à edição de livros de temática gay. Bruno Horta
"Fio Solto", Dennis Cooper. Ed. Bico de Pena, 2008.