
(...)
Como acho que também tenho direito à hipótese alfaiate, no dia seguinte experimento a loja Rosa & Teixeira, na Avenida da Liberdade. (...) Assim que entro, sinto um olhar quase reprovador de um dos empregados, provavelmente em reacção aos ténis e calças de ganga com que me apresento. Nisto, aparece em cena a Relações Públicas da casa, com quem desço até à alfaiataria, na cave da loja.
Uma vez lá, pergunto ao mestre-alfaiate Eugénio Gomes, de 64 anos, no ofício desde os 11, que fato me aconselha para uma festa, por exemplo. “O modelo não iria fugir muito ao habitual, mas poderia ser num tecido azul-escuro ou preto, com uma pequena fantasia, ou seja, uns lavrados muitos discretos”, começa por dizer.
(...)
No fim desta roda-viva, acabo no Bairro Alto, em Lisboa, no atelier do estilista Dino Alves. (...) Quando lhe digo que o problema dos fatos é o de serem todos iguais e darem um ar sisudo a quem os veste, escuto uma achega importante. Ele lembra que há muitas marcas com fatos vanguardistas e fora do comum. Marcas que classifica como “pronto-a-vestir de autor” – Dolce & Gabana e Armani, por exemplo. Simplesmente, “as filiais portuguesas, ou as lojas multimarcas que as representam, não têm esses modelos à venda, porque sabem que não são vendáveis”.
Ou seja, ajuda-me o estilista a concluir, se um homem precisa de um fato clássico, tem muito por onde escolher em Portugal. Mas se quer um fato arrojado, só tem duas hipóteses: recorrer a um estilista ou visitar um “pronto-a-vestir de autor” de qualquer capital europeia que não Lisboa.
[excerto da reportagem "E se um homem precisa de um fato?"; Bruno Horta (texto)e Enric Vives-Rubio (fotos); Público, hoje - aqui]
Como acho que também tenho direito à hipótese alfaiate, no dia seguinte experimento a loja Rosa & Teixeira, na Avenida da Liberdade. (...) Assim que entro, sinto um olhar quase reprovador de um dos empregados, provavelmente em reacção aos ténis e calças de ganga com que me apresento. Nisto, aparece em cena a Relações Públicas da casa, com quem desço até à alfaiataria, na cave da loja.
Uma vez lá, pergunto ao mestre-alfaiate Eugénio Gomes, de 64 anos, no ofício desde os 11, que fato me aconselha para uma festa, por exemplo. “O modelo não iria fugir muito ao habitual, mas poderia ser num tecido azul-escuro ou preto, com uma pequena fantasia, ou seja, uns lavrados muitos discretos”, começa por dizer.
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No fim desta roda-viva, acabo no Bairro Alto, em Lisboa, no atelier do estilista Dino Alves. (...) Quando lhe digo que o problema dos fatos é o de serem todos iguais e darem um ar sisudo a quem os veste, escuto uma achega importante. Ele lembra que há muitas marcas com fatos vanguardistas e fora do comum. Marcas que classifica como “pronto-a-vestir de autor” – Dolce & Gabana e Armani, por exemplo. Simplesmente, “as filiais portuguesas, ou as lojas multimarcas que as representam, não têm esses modelos à venda, porque sabem que não são vendáveis”.
Ou seja, ajuda-me o estilista a concluir, se um homem precisa de um fato clássico, tem muito por onde escolher em Portugal. Mas se quer um fato arrojado, só tem duas hipóteses: recorrer a um estilista ou visitar um “pronto-a-vestir de autor” de qualquer capital europeia que não Lisboa.
[excerto da reportagem "E se um homem precisa de um fato?"; Bruno Horta (texto)e Enric Vives-Rubio (fotos); Público, hoje - aqui]