domingo, 4 de janeiro de 2009

Entrevista com Ivo Pintanguy

"Minha mãe nunca fez nenhuma operação estética. Me ensinou também que a pessoa, quando se tolera, não precisa fazer cirurgia nenhuma! [risos] Importante é você gostar de você. A finalidade da cirurgia é trazer o bem-estar; e quando ela pode, tem uma legitimação enorme. (…) Sabe que as coisas muito bonitas nunca foram tocadas?"


"Era um garoto sonhador, muito curioso. Nunca fiz da realidade, embora respeitando-a, a minha mestra, para que eu não fosse seu escravo."

"As pessoas que fizeram coisas importantes, na arte, na literatura ou no plano social, são todas pessoas interessantes, mas não transmitem obrigatoriamente coisas interessantes. Elas são interessantes pelo que fazem, pelo que representam."


"É sobretudo na vulnerabilidade, na fragilidade, que demonstramos a nossa força. Porque, paradoxalmente, quando está mostrando a sua força, está mostrando alguma coisa, não está sendo. E quando está sendo, está sobrevivendo ao que os outros poderiam pensar, está sendo o que você é. É difícil avaliar o que é força e o que é fragilidade."


"Quando me perguntam porque é que os homens hoje fazem mais cirurgias do que faziam anteriormente, posso responder de mil maneiras; mas uma das coisas que digo é que a mulher ocupou uma força tal no mundo que ele pode se permitir aquela que é talvez a sua maior força: a sua fragilidade, e fazer o que quiser com o seu corpo. É uma coisa que parece tola, mas não é."

"A medicina é uma arte aplicada, não é uma coisa normativa. É uma criatividade permanente, é um bom senso. E não existe uma habilidade
como lhe disse, a mão é o instrumento primordial do cérebro."


"Sempre mantive uma relação com o meu corpo dentro do meu biótipo, com o melhor que ele pode me oferecer, e com muito respeito. Embora possa me permitir alguns excessos, mas não vou viver neles. O corpo merece um cuidado especial, é o nosso santuário. Até hoje tenho o cuidado de exercitar."

[excertos da entrevista com Ivo Pintanguy, "o mais famoso cirurgião plástico do mundo", na revista "Pública", por Anabela Mota Ribeiro, hoje]