quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

O 'timing' inglês

Ontem, João Miguel Tavares escrevia no DN que o 'timing' não é para aqui chamado:
"Estou-me bem nas tintas para o timing das notícias. Comove-me muito pouco que estejamos em ano de eleições. O que eu quero mesmo saber é se as notícias são verdadeiras ou se são falsas. O que eu quero é saber se o primeiro-ministro deste país esteve envolvido em trafulhices imperdoáveis."
Hoje, Baptista-Bastos diz na mesma tribuna que o 'timing' é assassino:
"Não gosto daquilo que o eng.º José Sócrates representa, dos caminhos ínvios para os quais conduziu a pátria e nos compeliu. (...) Porém, este caso do Freeport fez-me reflectir sobre a natureza da indignidade e os fundamentos da sordidez. Nos últimos três anos, o homem foi acusado de forjar uma licenciatura, de ser homossexual (uma acusação abjecta, com remetente conhecido) e, agora, de estar envolvido numa tecelagem de corrupção. A história escora-se numa trama obscura, mas o estilo caracteriza a procedência. Não pertenço à matilha. As desprezíveis fugas de informação parecem obedecer a um calendário político. Seria Sócrates muito tolo, e não o é, acaso se se deixasse enredar numa teia tão rudimentar e insensata quanto os noticiários no-lo revelam."
E eis que ao fim do dia aparece isto:

"As autoridades inglesas consideram o primeiro-ministro José Sócrates suspeito no caso Freeport, de acordo com a próxima edição da revista "Visão" que sairá para as bancas amanhã. Por seu lado, a revista "Sábado" afirma que "os investigadores ingleses querem ver as contas bancárias do primeiro-ministro" (Público online).