sábado, 20 de outubro de 2012

A arte de viver segundo Cindy Scrash



Era apenas uma transformista da noite de Lisboa até ter sido descoberta por João Pedro Rodrigues. É transexual. Tem 47 anos.

Dez da noite no Terreiro do Paço. O barco do Barreiro atraca e lá do fundo vem Cindy esguia, mini-saia e blusão de cabedal, phones nos ouvidos e carteira a tiracolo. “Olá, amor”, diz, muito loura, e logo se afasta para a casa de banho, talvez para retocar a maquilhagem. Daí a nada está a posar para a câmara fotográfica sem se queixar do frio que vem do Tejo. A seguir, um táxi, até à porta de um café no Chiado.



[excerto de texto publicado no Público de 18 de Outubro de 2012, p. 27]