Título modesto, "Poesia em Verso", o do livro de Rui Caeiro, Afonso Cautela e Vítor Silva Tavares, com desenhos (muito bons) de Luís Manuel Gaspar. Edição da livraria Letra Livre, 2007. Tem 65 páginas.
O prefácio, a que o seu autor, Rui Caeiro, chama "Prefácio, talvez", diz que os três poetas têm "sérios problemas com as coordenadas".
Um exemplo:
O Cadáver Esquisito
O mal não é haver mar e flores,
chuva, templos chineses, e esperança,
nos olhos desesperados de chorar.
O mal não é haver mal e quem sinta
sede e fome, o bicho das madeiras,
e nada nem ninguém que os dome.
O mal não é haver sono em vez de morte,
medo em vez de espadas, jogos de azar
e misericórdia apenas na Casa da Sorte.
O mal não é haver verbos intransitivos,
que teimam em ser, estar, permanecer...
O mal é haver vida e estarmos vivos.
O prefácio, a que o seu autor, Rui Caeiro, chama "Prefácio, talvez", diz que os três poetas têm "sérios problemas com as coordenadas".
Um exemplo:
O Cadáver Esquisito
O mal não é haver mar e flores,
chuva, templos chineses, e esperança,
nos olhos desesperados de chorar.
O mal não é haver mal e quem sinta
sede e fome, o bicho das madeiras,
e nada nem ninguém que os dome.
O mal não é haver sono em vez de morte,
medo em vez de espadas, jogos de azar
e misericórdia apenas na Casa da Sorte.
O mal não é haver verbos intransitivos,
que teimam em ser, estar, permanecer...
O mal é haver vida e estarmos vivos.
Afonso Cautela