Excerto da entrevista com Diogo Infante, feita por Catarina Homem Marques, publicada no "Sol" (revista "Tabu") de 22 de Dezembro:
Como se sentiu com o boato da relação com Sócrates?
Senti-me mesmo violentado. Ainda por cima senti uma profunda impotência, apanhado numa trama. Tinha consciência que era a personagem secundária, mas a questão é que me senti envolvido numa coisa que me era alheia, que me transcendia e perante a qual não podia fazer nada.
É difícil lutar contra isso?
Nem tentei lutar. Quando o boato começou até me ri, achei graça. Não era a primeira vez que ouvia um boato sobre mim. Achei que era apenas mais um disparate. Depois, quando aquilo ganhou a dimensão que ganhou, quando se tornou um assunto nacional, quando as pessoas na rua começaram a ser desagradáveis, senti uma profunda angústia. E raiva, mesmo. Comecei a ficar um bocado violento e prestes a explodir, sem saber bem contra quem. Porque o problema de um boato é que nunca sabemos onde está a fonte. Ao mesmo tempo, percebi que não queria entrar em diálogo.
Porquê?
Eu nunca o conheci nem conheço. Depois percebi que, na altura, a namorada dele morava perto da minha casa, na minha rua. Pode ter surgido daí. Mas parece-me que há sempre aqui uma intenção maldosa. No limite, estes boatos só subsistem por existir um preconceito de base.
(…)
O alvo ser José Sócrates tem um objectivo evidente. Mas nunca se questionou qual o porquê de o outro alvo ser o Diogo Infante?
Porque tenho conseguido ser suficientemente discreto sobre a minha vida pessoal para ela, por um lado, ser misteriosa e, por outro, ser apetecível. Se a minha vida pessoal fosse pública era facilmente contestável. Assim, eu tinha a matéria certa para servir a especulação.